A Central Única das Favelas (CUFA), a Comunidade Door e o Alô Social se uniram e lançam no dia 24 de setembro o Mães da Favela On, o maior projeto de conectividade em favelas já feito no Brasil.
O objetivo é conectar 2 milhões de pessoas até julho de 2021 e assim, democratizar o acesso à internet e dar ferramentas para que as favelas também retomem suas atividades e superem o isolamento digital.
No mesmo dia, começam a ser instalados os pontos de wifi nas favelas da Rocinha (RJ), Heliópolis e Brasilândia (SP). A partir do dia 24, serão distribuídos 20 pontos de internet livre em 150 grandes favelas e chips da empresa Alô Social (em parceria com a TIM) para as 500 mil mães previamente cadastradas.
O Mães da Favela On vai disponibilizar conexão aberta à internet em diversos pontos de 150 complexos de favelas nos 26 estados do país mais o Distrito Federal, além da distribuição de 500 mil chips para mães cadastradas nas bases da CUFA em quase 5 mil favelas.
Essas mães terão acesso a uma plataforma criada, em parceria com a UNESCO, como uma ferramenta de retomada econômica e educacional nesses territórios. O projeto enfocará o acesso aos conteúdos voltados à educação e ao empreendedorismo.
A viabilização da instalação desta infraestrutura e da curadoria de conteúdo disponível na plataforma é possível por conta de parcerias firmada com empresas como: Alô Social/TIM, PicPay, TikTok, O Boticário, VR Benefícios, Península Participações, Volvo, Comunidade Door e Banco Santander, além das fundações Tide Setúbal e Casas Bahia e dos institutos Humanize e Galo da Manhã. A coordenação da curadoria e chancela do projeto fica por conta da UNESCO, que apoia o Mães da Favela desde a sua criação, com patrocínio do Instituto Unibanco
De acordo com Celso Athayde, Fundador da CUFA e idealizador do Mães da Favela On, a iniciativa nasceu a partir do relato de mães atendidas pela CUFA que, além das dificuldades corriqueiras e as impostas pela crise, veem seus filhos sem a opção de se adequarem ao ensino remoto imposto pelo isolamento social, simplesmente por não terem os equipamentos necessários ou internet disponível para as aulas.
“É claro que eu penso muito na educação das crianças, mas quem conhece esta realidade de perto sabe que, muitas vezes, enquanto a mãe do asfalto está preocupada com o reinício das aulas, as mães da favela estão tentando salvar a vida dos filhos naquele dia. Manter as famílias conectadas é uma necessidade de sobrevivência”, completa Celso.
A instalação dos pontos de wifi livre ficará a cargo da Comunidade Door. “Usaremos toda a nossa capilaridade nacional e conhecimento destes territórios – que já acumulamos de outras ações nas favelas do Brasil todo – para realizar as instalações nos pontos com maior demanda e menor oferta, para atender, de forma qualificada o maior número possível de pessoa”, explica Leonardo Ribeiro, CEO da empresa.
Para Renato Meirelles, Diretor do Data Favela/Locomotiva, a iniciativa colabora com a garantia do direito à educação nas favelas, que não está sendo cumprido por falta de acesso à internet.
“Hoje, mais da metade dos estudantes que vivem em favelas afirmam não estar assistindo aulas à distância neste período e as principais justificativas são a falta de aparelhos adequados e velocidade de conexão insuficiente. Neste sentido, o Mãe da Favela On coloca o tema no centro da discussão e oferece a solução.”
Para Marlova Jovchelovitch Noleto, Diretora e Representante da UNESCO no Brasil, o apoio institucional ao projeto Mães da Favela e à plataforma de democratização digital, além das demais ações da CUFA, reflete a confiança na credibilidade e na transparência da organização. “É um privilégio para a UNESCO apoiar o trabalho da CUFA e do projeto Mães da Favela, pois são mobilizações sociais como essas que levam ajuda rápida e efetiva a quem realmente mais necessita, neste momento em que precisamos agir com celeridade para alcançar tantas famílias em situação de vulnerabilidade”, complementa Marlova.