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Nota pública da CUFA sobre medidas para enfrentamento do COVID-19 nas favelas

Propostas de medidas para reduzir os impactos da pandemia de COVID-19 nos territórios das favelas brasileiras

Medidas para combater a pandemia

Considerando a enorme desigualdade social brasileira, a alta taxa de desemprego e a crescente informalidade do trabalho à qual estão expostas muitas famílias; 

Considerando que a crise gerada por essa pandemia irá somar-se a uma situação já delicada, que causará um enorme impacto econômico e social, principalmente para as populações que sempre tiveram seus direitos de cidadania vilipendiados; 

Vimos, por meio desse documento, então, propor medidas, a fim de reduzir os impactos da pandemia de Covid19 nos territórios das favelas brasileiras: 

Sabemos que são necessários bem mais ações e que este conjunto de medidas visa alcançar um público que ficou fora das medidas formais adotadas até aqui. Em particular, os que se encontram economicamente fragilizados e habitantes em territórios de desigualdade.

Os números, que nos ajudam a focalizar estas medidas, são: 77 milhões de pessoas estão no cadastro único; 66 milhões de pessoas de renda muito baixa (menos de ½ SM per capita); 41 milhões no bolsa família; 11 milhões com renda não muito superior a ½ SM. 

Diante do exposto, sugerimos as seguintes propostas e deixaremos no ar, durante uma semana, para colhermos sugestões de todos para compor este documento, que será levado até os poderes públicos executivos e legislativos responsáveis pelas decisões políticas do país:

a-         Distribuição gratuita de água, sabão, álcool 70º em gel e água sanitária em quantidade suficiente para cada morador das favelas brasileiras. 

b-         Organização em mutirões do Sistema S e das Centrais de abastecimento para a distribuição de alimentos durante os meses de março, abril, maio e junho, meses em que são esperadas muitas pessoas infectadas pelo novo Coronavírus. Essa distribuição de alimentos, principalmente para as famílias que tenham crianças, idosos ou pessoas com maior risco de contraírem a Covid19, é uma medida humanitária urgente: tanto para manter a alimentação para as crianças que não estarão frequentando a escola, quanto para manter a integridade imunológica das pessoas mais suscetíveis ao vírus.

c-         Aluguel de pousadas ou hotéis para idosos e grupos vulneráveis com estrutura para repouso; nas favelas, na maioria dos lares, não há possibilidade de isolamento, o que compromete a saúde de todos.

d-         Parceria com agências locadoras de veículos ou com operadores de transportes de passageiros (vans e ônibus) para a locomoção imediata de pessoas infectadas para centros de saúde, quando houver indicação médica.

e-         Instituição do Programa de Renda mínima para as famílias já inscritas no Cadastro Único e adicional de renda para os cadastrados no Bolsa Família. Aumento do apoio financeiro para famílias já inseridas no programa de tarifas sociais.

f-         Decreto apoiando economicamente as micro e pequenas empresas que tenham autorizado seus funcionários a permanecerem em casa (sem desconto no pagamento).

g-         Apoio às empresas de água, luz e gás que isentarem o consumidor do pagamento durante 60 dias, para famílias com renda de até 4 salários mínimos.

h-         Incentivo para que a população compre dos pequenos comerciantes, mais frágeis frente aos problemas econômicos advindos da pandemia.

i-          Liberação de pontos de internet junto às empresas de fibra ótica para garantir acesso universal à rede. Isso é primordial para a comunicação de medidas de prevenção e cuidados para a população.

j-          Financiamento para as redes de comunicação próprias de cada favela: rádios comunitárias, sites, jornais impressos ou virtuais, TVs, a fim de manter a população informada.

k-         Apoio financeiro específico para as famílias das crianças que estarão impedidas de frequentar as creches.

l-          Apoio financeiro específico para famílias com pessoas portadoras de deficiência, pois essas pessoas demandam maior cuidado.

m –       Criar uma rede de comunicação com apoio técnico do Ministério da Saúde para filtrar e fazer verificações, em tempo real, das informações compartilhadas em redes sociais para as favelas.

n –        Ampliação das equipes de saúde da família para prevenir e informar as favelas, para que se evite lotação nos  hospitais.

Essas medidas, além de humanitárias e eticamente defensáveis, visam preservar o Sistema Único de Saúde (SUS) de um colapso frente ao contingente projetado de pessoas infectadas. Um colapso do SUS não interessa a ninguém, pois o Sistema Único de Saúde brasileiro é um patrimônio de toda a nossa sociedade.

Sem deixarmos de mencionar que a redução da demanda comercial, necessariamente, provocará um impacto econômico relativamente perverso. Esse impacto econômico não é trivial, que levará a uma desaceleração da economia como um todo. Causando um problema maior, principalmente, para a população das favelas.

Coordenação Geral:

Celso Athayde celsoathayde1@fholding.com.br

Estado: São Paulo

Responsável: Geovana Borges

Telefone: (11) 95958-2933

Estado: Rio de Janeiro

Responsável: Nega Gizza

Telefone: (21) 96474-0328

Estado: Bahia

Responsável: Marcio Lima dos Santos

Telefone: (71) 99901-2524

Estado: Rio Grande do Sul

Responsável: Manoel dos Santos Soares

Telefone: (51) 98125-1667

Estado: Goiás

Responsável: Breno Rodrigues Lemos Cardoso

Telefone: (62) 98171-0050

Estado: Sergipe

Responsável: Veronica Souza de Paiva

Telefone: (79) 99680-5793

Estado: Minas Gerais
Responsável: Marciele Procópio
Telefone: (31) 98848-4593

Estado: Paraná
Responsável: Jose Antonio Campos Jardim
Telefone: (41) 99204-6623

Estado: Ceará
Responsável: Preto Zezé
Telefone: (85) 98844-8614

Estado: Maranhão
Responsável: Charles Adaga
Telefone: (98) 988309-8994

Estado: Pernambuco
Responsável: Altamiza Melo
Telefone: (81) 98819-6990

Estado: Distrito Federal
Responsável: Bruno Silveira Kesseler
Telefone: (61) 98601-5960

Estado: Mato Grosso
Responsável: Anderson Marques Zanovello
Telefone: (66) 99974-9559

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